Autismo, bullying e saúde mental: é preciso falar sobre isso
- comunicacaoelianab
- 6 de mai.
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Falar de saúde mental é necessário. Mas quando o tema envolve pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e suas famílias, essa necessidade se torna urgente. Trata-se de uma dor silenciosa, muitas vezes ignorada, que precisa ser trazida ao centro do debate público com seriedade, responsabilidade e empatia.
Pessoas autistas enfrentam cotidianamente o preconceito, a exclusão e a falta de compreensão da sociedade. Crianças e adolescentes, em especial, estão entre os mais expostos ao bullying escolar e à ausência de preparo institucional para lidar com suas especificidades. Na vida adulta, a dificuldade de inserção no mundo do trabalho e a sobrecarga sensorial em ambientes não adaptados seguem impactando diretamente sua saúde emocional.
Mas é importante lembrar: não são apenas as pessoas com TEA que sofrem. Seus cuidadores – mães, pais, irmãos, avós – enfrentam uma sobrecarga emocional intensa, acumulando funções, responsabilidades e, muitas vezes, lidando com o isolamento. São famílias que precisam de acolhimento, orientação, apoio psicológico e, acima de tudo, políticas públicas que as enxerguem.
Foi com esse olhar que apresentamos, na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, um projeto de lei que institui a Semana Estadual de Atenção ao Cuidado da Saúde Emocional da Pessoa com TEA e das Famílias Atípicas, a ser realizada na terceira semana de abril. A proposta busca ampliar a conscientização sobre o impacto do preconceito e da negligência institucional na saúde mental dessas famílias, além de estimular a criação de espaços de escuta, troca de experiências, campanhas educativas e capacitação de profissionais.
Sabemos que o processo legislativo é extenso e exige tempo. Mas causas urgentes, como esta, não podem esperar. Cada passo dado é um avanço rumo à dignidade e ao reconhecimento que essas famílias merecem. Que esta nova semana de mobilização seja, desde já, um marco de mudança.
Que nenhuma família precise mais sofrer em silêncio. Que o poder público enxergue, escute e atue — com o respeito e a seriedade que essa causa exige.

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